Caros irmãos e irmãs, bom dia!
Este segundo domingo do Tempo Comum coloca-se em continuidade com a Epifania e com a festa do Batismo de Jesus. A passagem do Evangelho ainda nos fala da manifestação de Jesus. Com efeito, após ser batizado no Rio Jordão, Ele foi consagrado pelo Espírito Santo, que pousou sobre Ele e foi proclamado Filho de Deus, pela voz do Pai Celeste. Diferentemente dos outros três, o Evangelista João não descreve o acontecimento, mas nos propõe o testemunho de João Batista. Ele foi a primeira testemunha de Cristo. Deus o havia chamado e o havia preparado para isto.
O Batista não pode conter o desejo urgente de dar testemunho sobre Jesus e declara: “Eu vi e testemunhei”. João viu algo desconcertante, isto é, o Filho amado de Deus solidário com os pecadores. E o Espírito Santo lhe fez compreender a novidade inédita, uma verdadeira reviravolta. De fato, enquanto em todas as religiões, é o homem que oferece e sacrifica qualquer coisa a Deus, no acontecimento, Jesus é Deus que oferece o próprio Filho para a salvação da humanidade. João manifesta seu espanto e sua afinidade com esta novidade trazida por Jesus, por meio de uma expressão marcante que nós repetimos, a cada vez, na Missa: “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo!”.
O testemunho de João Batista nos convida a sempre recomeçar, em nossa caminhada de fé: recomeçar desde Jesus Cristo, Cordeiro cheio de misericórdia que o Pai nos deu. Deixarmo-nos surpreender novamente pela escolha de Deus de estar conosco, de fazer-se solidário conosco, pecadores, e de salvar o mundo do mal, dele cuidando totalmente.
Aprendamos com João Batista a não sermos presunçosos quanto a já conhecer Jesus, a já sabermos tudo sobre Ele. Não é assim! Tomemos por base o Evangelho, talvez inclusive contemplando uma imagem de Cristo, um rosto santo. Contemplemos com os olhos, mas ainda mais com o coração, e deixemo-nos instruir pelo Espírito Santo, que nos diz: É Ele! É o Filho de Deus que se fez Cordeiro, imolado por amor. Ele, somente Ele, trouxe, somente Ele sofreu, expiou o pecado de todos nós, o pecado do mundo, inclusive os meus pecados. De todos nós. Ele tomou sobre Si todos nós, para que finalmente nós fôssemos livres, não mais escravos do Mal. Se ainda somos pobres pecadores, mas não somos escravos. Não, não somos escravos. Somos filhos, filhos de Deus!
Que a Virgem Maria obtenha para nós a força de prestarmos testemunho ao seu Filho Jesus; de anunciarmos com alegria, com uma vida liberta do mal, uma palavra cheia de fé e maravilhada e reconhecida.
Trad: AJFC
Digitação: EAFC