Mensagem do Papa Francisco

“Regina Coeli”, 19.05.2015.

Caros irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje nos conduz ao Cenáculo para nos fazer escutar algumas palavras que Jesus dirige aos discípulos no discurso de “despedida” antes da Sua paixão. Depois de ter lavado os pés dos Doze, Ele lhes diz: “Eu lhes dou um novo mandamento: que vocês se amem uns aos outros. Como eu os amei, assim também que vocês se amem uns aos outros.” Mas, em que sentido Jesus chama este mandamento de novo? Porque sabemos que, já no Antigo Testamento, Deus havia ordenado aos membros do Seu povo que amassem o próximo como a si mesmos. Jesus, muitas vezes, a quem lhe perguntava qual era o maior mandamento da Lei, respondia que o primeiro é amar a Deus, de todo o coração, e o segundo amar ao próximo como a si mesmo.

Então, qual é a novidade deste mandamento que Jesus confia aos Seus discípulos? Por que Ele o chama de “novo mandamento”? O antigo mandamento do amor tonou-se novo porque foi completado com este acréscimo: “como Eu os amei”,  “amem-se uns aos outros como eu os amei”. A novidade, está toda ela, no amor de Jesus Cristo, aquele com o qual Ele deu a vida por nós. Trata-se do amor de Deus, universal, sem condições e sem limites, que encontra o seu ápice na cruz. Naquele momento de extrema humilhação, naquele momento de abandono ao Pai, o Filho de Deus mostrou e deu ao mundo a plenitude do amor. Relembrando a paixão e a agonia de Cristo, os discípulos compreenderam o significado daquelas Suas palavras: “Como eu os amei, assim também vocês se amem uns aos outros.”

Jesus nos amou primeiro, nos amou, apesar de nossas fragilidade, dos nossos limites e de nossas fraquezas humanas. Ele fez com que nos tornássemos dignos do Seu amor que não conhece limites e jamais acaba. Ao nos dar o novo mandamento, Ele nos pede que nos amemos entre nós, não apenas com o nosso amor, mas com o Seu amor, que o Espírito Santo infunde em nossos corações se O invocarmos com fé. Deste modo, e somente assim, nós podemos nos amar entre nós não apenas como amamos a nós mesmos, mas como Ele nos amou, isto é, imensamente mais. De fato, Deus nos ama muito mais do que nós amamos a nós mesmos. E assim podemos difundir, por toda parte, a semente do amor que renova as relações entre as pessoas e abre horizontes de esperança. Jesus sempre abre horizontes de esperança. Seu amor abre horizontes de esperança. Jesus sempre abre horizontes de esperança. Seu amor abre horizontes de esperança. Este amor nos faz tornar homens novos, irmãos e irmãs no Senhor, e faz de nós o novo Povo de deus, isto é, a Igreja, na qual todos são chamados a amar a Cristo e Nele, a amar-nos uns aos outros.

O amor que se manifestou na cruz de Cristo, e que Ele nos chama a viver, é a única força que transforma nosso coração de pedra em coração de carne. A única força capaz de transformar o nosso coração é o amor de jesus, se nós nos amarmos com este amor. E este amor nos torna capazes de amar inimigos e perdoar a quem nos ofendeu. Vou-lhes fazer uma pergunta, que cada um responda em seu coração. Eu sou capaz de amar os meus inimigos? Todos nós temos pessoas, não sei se inimigas, mas que não estão de acordo com a gente. Pessoas que estão do outro lado; ou alguém que lhe tenha feito mal… Eu sou capaz de amar pessoas assim? Aquele homem, aquela mulher que me fez mal, que me ofendeu? Será que sou capaz de perdoar-lhes? Cada um responda em seu coração. O amor de Jesus nos faz ver o outro como membro atual ou futuro da comunidade dos amigos de Jesus. Ele nos incentiva ao diálogo e nos ajudar a escutar-nos e conhecer-nos reciprocamente. O amor nos abre em direção ao outro, tornando-se a base das relações humanas. Torna capazes de superar as barreiras de nossas fragilidades e de nossos preconceitos. O amor de Jesus cria pontes em nós, ensina novos caminhos, desencadeia o dinamismo da fraternidade.

Que a Virgem Maria nos ajude, pela sua materna intercessão, a acolhermos por Jesus o dom de Seu mandamento, e pelo Espírito Santo, a força de praticá-lo na vida de cada dia.

Trad: AJFC

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