Mansos, mas rebeldes com causa

O ex-frei Leonardo Boff, numa excelente entrevista ao programa Espelho, do Canal Brasil, apresentado por Lázaro Ramos, mostrou por que era  e é visto com desconfiança pela Igreja Católica e outras denominações religiosas.
Na entrevista, Boff deu a entender que os membros ou fieis das igrejas devem ser mansos conforme As Escrituras Sagradas, mas, por outro lado, essas mesmas ovelhas precisam ser rebeldes. Não no sentindo literal da palavra, e sim na busca da luta contra a opressão a que são submetidas.
Frei Boff se junta a outros pastores de sua linha de pensamento, que não acreditam em um Deus passivo em que os seres humanos nascem pré-destinados e se conformam com aquilo que possuem. Iguais a ele têm ainda os frei Beto e David Raimundo, todos pregadores da Teologia da Liberação.
Um fato chamou-me atenção na entrevista: a experiência de Leonardo Boff ainda criança no sul do país, onde passou a conhecer diferenças de outros povos (negros e índios). A presença dessas duas etnias não era bem-vida na comunidade de origem europeia, então a partir do contato com os desiguais ele chegou à conclusão que o Brasil não é igual com os desiguais.
Homens como Leonardo Boff e outros nos faz acreditar em um amanhã melhor, um mundo mais humano e solidário, no qual o domínio de homens sobre outros homens seja posto de lado. Esses religiosos são os verdadeiros pastores de Cristo, guiam suas ovelhas sem colocar nenhum tipo de peso que não consigam carregar.
Obrigado Leonardo Boff, Frei Beto e Frei David Raimundo. Vocês fazem a diferença, souberam usar a batina com ousadia. Diferente de outros pastores que só se preocupam com suas ovelhas na sua alimentação espiritual, as deixando livres do fardo a que são submetidas diariamente. É preciso mais que resignação: a esperança se encontra na transformação. A esses e outros podemos chamar de Revolucionários.
 (*) Fabio Nogueira é estudante de história da Universidade Castelo Branco e militante da Educafro. E-mail  fabionogueira95@yahoo.com.br

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