Israel ameaça com outra ofensiva militar contra Gaza

Israel ameaça com outra ofensiva militar contra GazaIsrael ameaçou na última semana (23/12) com outra ofensiva militar em grande escala contra a Faixa de Gaza, quase um ano depois da devastadora agressão que deixou como saldo mais de 1,4 mil mortos, denunciaram fontes palestinas.

Porta-vozes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) neste enclave costeiro assinalaram que avões israelenses lançaram panfletos sobre o território nos quais se adverte à população de possíveis represálias se coopera com a direção palestina aqui.

Os panfletos também ameaçaram as 1,5 milhões de pessoas residentes em Gaza com um novo ataque às vésperas do primeiro aniversário da operação Chumbo Fundido, que de 27 de dezembro a 18 de janeiro passados causou, ademais dos mortos, 5,3 mil feridos.

Muitas das vítimas eram mulheres e crianças, que morreram em consequência dos disparos indiscriminados de militares israelenses, por ar, terra e mar, segundo o testemunho de 30 soldados israelenses, difundido em julho passado com revelações das órdens recebidas durante a operação.

Os militares asseguraram haver entrado neste enclave com uma pauta permissiva de disparar primeiro e se preocupar depois em distinguir entre vítimas civis e combatentes da resistência.

Recentemente, o jurista sul-africano Richard Goldstone divulgou um relatório aprovado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU no qual documentou múltiplos crímes de guerra cometidos por Tel Aviv durante os ataques ao enclave.

Além das sequelas de destruição deixadas pelos bombardeios, a situação aqui piora de maneira alarmante por causa do bloqueio às passagens fronteiriças, que impede o acesso de materiais para a reconstrução e outros bens básicos.

Precisamente nesta quarta-feira, o governo israelense acrescentou dois novos artigos à lista de bens que permite importar para a faixa, ao autorizar para a próxima semana vidros de janelas e filtros para água de consumo doméstico, segundo suas autoridades.

O subsecretário do Ministério da Economia israelense Nasser As-Sarraj indicou que 100 contêiners com mercadorias chegarão a Gaza, onde se deteriora a qualidade da água e o invierno começa a fazer estrago nas casas sem janelas devido à ofensiva militar. (Prensa Latina, 23/12/2009)

Israel prossegue agressões contra palestinos, apesar das críticas internacionais

Ramalah, 29 dez (PL). Forças militares de Israel prenderam hoje cinco palestinos nas localidades de Naplusa e Hebrón, enquanto o governo anunciou que construirá 692 novas casas em Jerusalém Leste, apesar de críticas internacionais a esse plano.

Efetivos de contingente de ocupação da Ribeira Ocidental prosseguiram nesta terça-feira, pelo segundo dia consecutivo, as blitz em várias cidades, para capturar cidadãos árabes, supostamente por organizar ações de resistência ou conspiração contra Tel Aviv.

Junto aos cinco detidos em Naplusa e Hebrón nesta madrugada, os israelenses detiveram ao amanhecer da segunda-feira nove homens no acampamento de refugiados de Qalandia,na  aldeia de Badu, no distrito de Sorief e naa região de Bait Awa, esta última em Hebrón.

Esses atos repressivos, que incluíram revistas e saques de casas, foram produzidos depois de um fim de semana em que militares judeus mataram três palestinos na Cisjordânia e outros três em Gaza.

Além disso, coincidiram com a autorização, pelo governo de Tel Aviv, de três novas permissões para construir 692 unidades habitacionais em bairros de Jerusalém Leste, a cidade santa que ocupa desde 1967 e que a comunidade internacional considera parte integral da Palestina.

A oferta avaliada pelo Ministério da Habitação e da Construção inclui de maneira progressiva umas seis mil 500 residências em 54 comunidades disputadas, segundo indicou o jornal israelense Yadiot Ahronot.

As críticas a essa política de judaização de territórios ocupados intensificaram-se por parte do secretário geral de Liga Árabe, Amr Moussa, e do governo da Jordânia, que também condenou a referida “matança” de seis palestinos no fim de semana passado.

O ministro de Assuntos de Imprensa e Comunicações do reino hashemita, Nabil Sharif, instou Israel a “deter imediatamente tais ações e violações que ameaçam os esforços de paz e socavam a estabilidade na região”, informou a agência Petra.

Além disso, Sharif demandou o congelamento das atividades nos assentamentos judeus e o cumprimento dos tratados e resoluções internacionais, para conseguir a solução de “dois Estados” e criar um Estado palestino independente, com capital em Jerusalém oriental.

Por seu lado, o governo estadunidense também se uniu às recriminações pelas novas construções israelenses, ainda que, conhecendo previamente esses planos, tenha assumido uma postura pouco enérgica.

De acordo com Yadiot Ahronot, Washington sabia antecipadamente das pretensões de Tel Aviv, pois seu enviado especial para o Oriente Médio, George Mitchell, foi informado do plano e das autorizações pelo escritório do primeiro-ministro Benjamín Netanyahu.

Mesmo assim, o secretário de imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs, assegurou hoje que o governo de Barack Obama se opõe ao projeto de construir quase 700 moradias em Jerusalém Este e ao seu redor, e defendeu que se retome o diálogo para decidir o estatuto dessa cidade sagrada. (Prensa Latina, 29/12/2009)

Sobrevivente do Holocausto em greve de fome por Gaza

Hedy Epstein

Hedy Epstein, uma norte-americana de 85 anos, participa no Cairo do protesto contra a decisão do governo de Mubarak de impedir a entrada de auxílio ao território palestiniano. “Chega um momento na vida em que é preciso dar um passo extraordinário”, diz.

A veterana activista, cujos pais morreram no campo de concentração de Auschwitz em 1942, diz que com o seu gesto quer pressionar o governo egípcio “que está a impedir que 1.400 pessoas de 42 países entrem em Gaza”.

Hedy Epstein iniciou a greve de fome em frente à sede da ONU na capital egípcia. A activista norte-americana faz parte de uma iniciativa internacional na qual participam mais de 1.400 activistas de todo o mundo, que querem chegar a Gaza pelo Egipto para prestar solidariedade à população palestiniana a um ano do ataque israelita.

“Só queremos entrar em Gaza e dizer às pessoas que ali vivem: ‘Não estão sós, há pessoas que estão longe das famílias para estar convosco e fazer-vos saber que pensam em vós e vos apoiam”, diz.

Os activistas querem também levar ajuda médica e material escolar, e participar no dia 31 de Dezembro de uma marcha de solidariedade com o povo palestiniano e de denúncia do bloqueio que Israel, com o apoio do Egipto, tem imposto ao território ocupado.

A fronteira de Rafah, entre o Egipto e Gaza, está fechada desde meados de 2007 e só abre ocasionalmente por razões humanitárias (Esquerda.Net, 28/12/2009)

[Publicado originalmente no sítio da Fundação Lauro Campos]

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