Ipeafro Sankofa 2010 lançará arquivo digitalizado de Abdias Nascimento

Evento contará ainda com debates e oficinas sobre Ações de Educação Afirmativa

Entre os dias 7 e 10 de junho, o Ipeafro, Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros discutirá políticas públicas de diversidade e inclusão no ensino brasileiro no evento “Ipeafro Sankofa 2010”. O destaque da programação será o lançamento do novo site Ipeafro, que abrigará parte do Acervo Abdias Nascimento. Digitalizado e restaurado, o acervo também será disponibilizando no Museu da Arte Negra, oferecendo ao público obras artísticas, documentos históricos, e informações capazes de elucidar temas sociais à luz de concepções includentes, além do convite para a permanente mobilização social, independente de raças.

Intelectual, artista, Senador da República e ativista, Abdias tem histórico nos movimentos políticos desde a década de 30, além de ser expoente de ações afirmativas da cultura negra no mundo. Neste ano de 2010, Abdias Nascimento está oficialmente indicado ao Nobel da Paz e, caso escolhido pelo Comitê do Prêmio Nobel da Paz, será o primeiro brasileiro a ganhar esta importante honraria.

Abdias Nascimento. Foto: Divulgação
Abdias Nascimento. Foto: Divulgação

Em debate, políticas afirmativas de diversidade e inclusão no ensino brasileiro

O evento irá contar ainda com o “Fórum de Educação Afirmativa Sankofa”, cujo objetivo é estabelecer diálogo entre políticas afirmativas e a cultura afro-brasileira, posicionará a importância histórica do intercâmbio Brasil-África na formação do pensamento crítico educacional.

Já a oficina “Matriz Africana e Ação Educativa” será o espaço para educadores e estudantes de pedagogia, licenciatura e formação de professores (ensino médio) construírem novas concepções sobre a participação da matriz africana nos currículos escolares do ponto de vista da prática em sala de aula.

Durante o Ipeafro Sankofa 2010 serão distribuídos, com apoio da Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Presidência da República), kits do Ipeafro aos educadores, com intuito de aproximá-los dos principais alicerces dos ricos e complexos conteúdos curriculares contemplados nas políticas afirmativas de ensino.

O Projeto Ipeafro e o lançamento de seu novo site têm patrocínio do Programa Petrobrás Cultural e apoio da Fundação Kellogg.

 

Serviço:

Ipeafro Sankofa 2010

Data: 7 a 10 de junho

Local: Auditório do Arquivo Nacional – Praça da República – Centro

Inscrições:

Para o “Fórum Educação Afirmativa Sankofa” (7, 8, 9 e 10 de Junho): ipeafro@gmail.com

Para a “Oficina Matriz Africana e Ação Educativa” (9 e 10 de Junho): ipeafro@gmail.com

Informações sobre inscrições e programação: 21 2509-2176.

 

PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

Segunda-feira, dia 7 de junho.

14h – Sessão de Abertura.

 15h – Apresentação do Site Ipeafro e do Kit Ipeafro para Educadores.

16h – Exibição do vídeo “Acervo Abdias Nascimento – Acessando a História e a Cultura Afro-Brasileiras”.

17h – Coquetel

Terça-feira, dia 8 de junho.

14h30 – Políticas Afirmativas: Interfaces entre Acesso e Conteúdo.

 “Ações Afirmativas nas Universidades Públicas: a Lei 10.639/03 como política de ação afirmativa”. Elielma Ayres Machado, professora adjunta do Departamento de Ciências Sociais e Educação da Faculdade de Educação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

“Quais Áfricas Ensinar? Críticas e possibilidades a partir da Lei 10.639/03″. Wilson Mattos, professor adjunto do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade e diretor do Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos da Universidade do Estado da Bahia; Conselheiro do Conselho Nacional de Educação.

“Afrocentricidade e Educação: os princípios gerais para um currículo afrocentrado”. Renato Nogueira, professor do Departamento de Educação e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

“Perspectiva do universitário”. Leomir Dornellas, Fórum de Estudantes de Origem Popular.

Moderador – Carlos Alberto Medeiros, mestre em ciências jurídicas e sociais da Universidade Federal Fluminense e Coordenador Especial de Promoção da Igualdade Racial do Município do Rio de Janeiro.

Quarta-feira, dia 9 de junho.

10h – Oficina “Matriz Africana e Ação Educativa” – Sessão I.

Espaço de reflexão e ação para educadores e para estudantes de pedagogia, licenciatura e formação de professores (ensino médio), acerca da matriz africana no cotidiano escolar.

Coordenadora – Professora Azoilda Loretto da Trindade, pedagoga, psicóloga, mestre em educação, doutora em comunicação social, supervisora educacional de Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, professora da Universidade Estácio de Sá e da Faculdade de Formação de Professores da UERJ e ativista da luta contra o racismo.

Coordenadora adjunta – Professora Carla Lopes, profissional de Referência do Arquivo Nacional, coordenadora pedagógica do Colégio Estadual Professor Sousa da Silveira, mestranda em Educação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

14h – Faces e Enlaces das Matrizes Africanas.

“África e Diáspora no Ensino Brasileiro”. Alain Pascal Kaly, professor de História e Culturas Africanas no Departamento de História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, pós-doutorando no Departamento de História da Unicamp.

“Matriz africana no Brasil, Ativismo e educação”.  Renato Emerson, professor de Geografia da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e membro da Associação dos Geógrafos Brasileiros, Seção Rio de Janeiro.

Moderador – Ibrahima Gaye, Cônsul Honorário do Senegal e diretor do Centro Cultural Casa África em Belo Horizonte.

16h -Guerreiras de natureza: Gênero, cosmogonia e natureza no ensino de nossas crianças.

Mãe Beata de Yemonjá – Mãe de santo e chefe da comunidade terreiro de candomblé Ilê Omiojuaro, localizado no município de Belford Roxo, Estado do Rio de Janeiro.

“Ecologia e Sustentabilidade da Cultura do Candomblé”. Aderbal Moreira, coordenador do Ponto de Cultura Omo Aro Companhia Cultural.

“Guerreiras do Samba”. Helena Theodoro, doutora em Filosofia, membro do Conselho de Direitos do Negro do Governo do Estado do Rio de Janeiro, professora de Cultura Brasileira da Universidade Estácio de Sá e de Universo do Carnaval da Escola de Artes Técnicas da Fundação de Apoio à Escola Técnica do Rio de Janeiro.

“Guerreiras de Natureza: Mulher negra brasileira e religiosidade ioruba na Bahia”. Maria de Lourdes Siqueira, doutora em Antropologia Social e Etnologia, L’École des Hautes Études en Sciences Sociales, Paris. Professora colaboradora do Núcleo de Pós Graduação em Administração da Universidade Federal da Bahia e diretora da Associação Cultural Ilê Aiyê.

Moderador – Éle Semog, poeta e pedagogo; atua na área de educação com especial ênfase no processo de implantação da Lei 10.639/03. 

18h – Filme Gisèle Omindarewa, 71′, 2009, de Clarice Peixoto. Documentário sobre a vida de uma mãe de santo francesa e o cotidiano do seu terreiro em Santa Cruz da Serra, RJ.

Quinta-feira, 10 de junho.

10h – Oficina “Matrizes Africanas e Ação Educativa” – Sessão II.

14h – Diálogo: Matrizes Africanas, Escola e Academia.

Apresentação dos resultados da oficina pelas coordenadoras Azoílda Trindade e Carla Lopes. Comentários e debate com Mônica Lima, doutora em história, com tese sobre história da África, e professora do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

17h – Encerramento do Fórum

O encerramento será a cerimônia de entrega do Prêmio Ipeafro Sankofa à Dona Aparecida Silva Prudente, mãe dos drs. Wilson Prudente, procurador do Ministério Público do Trabalho, mestre em ciências jurídicas e sociais pela UFF,  e Celso Prudente, antropólogo, cineasta, doutor em cultura pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, curador da Mostra Internacional do Cinema Negro, ambos ativistas do movimento negro e autores de diversas publicações.

Participação de Dulce Vasconcellos, professora conselheira do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos do Negro, Município do Rio de Janeiro, homenageada no Fórum Ipeafro 2007, e Madiagne Diallo, cidadão senegalês e professor de engenharia industrial da PUC-Rio.

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