A vista das redondezas, verdes, o céu azul da tarde. Dores no braço direito, medo de perder a visão de um olho, dificuldades oriundas do diabetes. Aumento da confiança. Trabalho a pesar da dor, disse um senhor. Mas não havia na sua fala nem auto-piedade, nem afã de chamar atenção, nem tampouco um falso orgulho. Era o que ele fazia. É o que ele faz, como várias das demais pessoas que participaram da roda. Via as telhas vermelhas do teto, duas bandeirolas penduradas das traves.
Os estudantes da UFPB que tiveram a inciativa desta atividade. Hoje lembrei que eu também já fiz isso, ou faço, como tantas outras pessoas. Continuar a pesar da dor. Sabendo que no caminho as cargas se arrumam, e nova força vem. Uma roda, o apoio mútuo, canções puxadas por uma menininha. Coisas simples tem o poder de nos lembrar de quem somos. Lembrar de que nós podemos.
Doutor em sociologia (USP). Terapeuta Comunitário. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/