Fundamentalmente

Educação, arte, ciência, cultura. Filosofia, sociologia. Identidade, memória, consciência. Estes pilares ou eixos são indispensáveis para a existência de uma sociedade humana. Sem eles somos apenas gado, massa de manobra, coisa descartável. Nos dias de hoje há uma tendência a deixar de lado o essencial e fundamental, dissolvendo tudo numa geleia geral.

Quem gana com isso? Os inimigos e as inimigas da humanidade. Instala-se uma indiferença, em que tudo parece ser a mesma coisa, mas não é. Não é o mesmo um burro que um professor. Uma pessoa que sabe quem ela é, quais são os seus direitos e o seu lugar na sociedade, não vai se deixar enganar. Vai exigir um salário justo, vai exigir ser tratada com respeito.

O ódio do elemento que ganhou o poder no Brasil atual é exatamente o ódio da massa desqualificada contra aquilo que poderia torná-la gente. Paulo Freire explica perfeitamente na sua obra Pedagogia do oprimido. Não se trata apenas de ensinar a ler, a soletrar, ou a escrever corretamente. Se trata, isso sim, de que a pessoa venha a ler a si mesma, e a se ler no mundo.

Não há nenhuma determinação que estabeleça que algumas pessoas vão ter que morrer de fome, adoecer, viver sem casa. O sistema econômico gera riqueza e alimentos para sustentar toda a humanidade. O capitalismo estabelece uma distinção odiosa e antinatural, que condena a maioria das pessoas a viver e morrer pela metade, sem nunca terem se tornado gente. Daí que seja imperioso que nos voltemos para prosseguir na semeadura daquilo que perdura.

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