O reino veio do céu; seu governo, suas leis, seu modo de vida, de pensamento e de adoração são aqueles do céu; a grande nação da qual os santos são cidadãos está agora centrada no céu. (Filipenses 3:20); e olha para o céu como seu lar, sua pátria. Devemos honrar Deus quando infiéis desonram nossa pátria, nosso lar, que não é deste mundo.
No céu – responde o observador, desavisado – há muitas portas. Ao meu ver, há muitas formas de alcançá-lo. O céu é um lugar amplo, e tem mil portas. E pouco importa minha pátria. O “território”, afinal, deriva tanto de “terra” como de “terrere” (amedrontar), o territorium sendo “um lugar do qual as pessoas são expulsas pelo medo”.
Os fiéis marcham estarrecidos, transtornados. Este indivíduo não pode ser calculado, fixado, não consegue contemplar a verdade que inerentemente possui. Não merece nossa pátria. A morte é a única saída para o fixarmos.
A comoção é geral. Milhões nas praças exigem a fixação do Outro. Expulsam-no do território, neste ou em outro mundo. Firmes em suas crenças, céticos diante da evidência de seu Deus.
Jornalista, 41, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.
Lembrei de uma frase de Osho: “O Outro já foi santificado. Agora temos que santificar o Eu”.