Familiares das vítimas do Vôo Gol relembram acidente e se solidarizam com a tragédia de Congonhas

Em apenas dez meses, dois acidentes aéreos marcam a história brasileira somando aproximadamente 400 vítimas. O primeiro, em setembro de 2006, envolvendo a irresponsabilidade de dois pilotos americanos e de controladores de vôo. O outro, neste 17 de julho, envolvendo a negligência da União ao liberar uma pista de decolagem sem a infra-estrutura necessária.

Em pronunciamento oficial, o porta-voz da República afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontra-se consternado com o acidente e que está muito preocupado com a questão dos familiares envolvidos. “Em quase dez meses do acidente que envolveu o vôo da Gol, o presidente jamais nos atendeu. Ele abre a agenda dele para tudo, para competições esportivas, para viagens, mas não abre sua agenda para receber a nós, familiares”, comenta Rosane Gutjhar, viúva da vítima do vôo Gol 1907, Rolf Gutjhar.

São Paulo (SP) – Bombeiros resgatam corpos de vítimas do acidente com o Airbus A-320 da TAM, que causou uma explosão no terminal da companhia, no Aeroporto de Congonhas, no início da noite de ontem (17). Foto: Agência LUZ/ABr

Rosane diz que é lamentável mais um acidente como este num espaço tão curto de tempo. “Só posso dizer que nós, familiares das vítimas do vôo Gol 1907, nos solidarizamos com os familiares da tragédia em Congonhas. É muito triste relembrar toda a angústia que passamos e que estes familiares estão sentindo nesse momento. Estamos sofrendo novamente”, avalia.

Angelita de Marchi, presidente da Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo Gol 1907, comenta que esse é o momento de ter esperança de que essa nova tragédia faça com que a Justiça brasileira se porte com respeito e dignidade diante da população, realizando um julgamento apolítico e apurando os fatos das duas tragédias com imparcialidade. “O que podemos dizer, nesse momento, é que somos solidários e nos colocamos à disposição para ajudar os familiares, já que nossa luta, nesses dez meses, nos ensinou muitas coisas, inclusive a lutar para que os responsáveis sejam penalizados”, destaca.

Para o advogado criminalista Cláudio Gama Pimentel, os acidentes são distintos, porém nos dois casos a União responde tanto pela falta de estrutura no aeroporto quanto pela ação dos controladores no caso da Gol. Novo inquérito está sendo aberto pelo Cenipa. “Esperamos uma avaliação realmente séria por parte deste órgão federal, e alertamos que os familiares da tragédia de Congonhas sejam vigilantes nas investigações”, finaliza.

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