Escolhemos amputar partes da vida para não perdê-la totalmente.
Também, mantemos algo que nos fere (uma saudade, um ressentimento uma culpa ou um espinho na carne), para que a vida não perca o sentido ou para nos lembrar da fragilidade humana.
Elegemos pessoas e vocações, e não as descartamos quando nos provocam decepções: Não abandonamos um filho diagnosticado de uma síndrome, nem o marido que se revela imperfeito, nem a esposa acidentada e nem a vocação por uma paixão.
Em movimento semelhante, abrimos mão do que nos parece tão vital!
O amor ultrapassa as barreiras da utilidade, da lógica e do prazer.
Somos parte das escolhas que fazemos e se abrimos mão delas, perdemos parte de nós junto.
Com as escolhas, elegemos os movimentos que nos permitem continuar naquilo que encaramos como missão de vida… às vezes, nos sentindo rasgados e ficando até imóveis por um tempo… também há perdas.
Não há como ter tudo. Sempre se perde algo, inclusive importante, para preservar o essencial.
Missão de dor e amor… humana e divina.
A recompensa vem daquele que nos criou para sermos dele e escolhemos aceitar…

Que bom ler esta sua contribuiçao na revista!
Você tem muito a partilhar, Linda. Sua sensibilidade e profundidade fazem muito bem a quem te lê!