Despindo interesses individuais e corporativos

Rio de Janeiro, 27 de agosto de 2010.

Ilustre Equipe do “Faixa Livre”,

As lutas por ideais enobrecedores são, quase sempre, alvo do personalismo vaidoso, quando não do egocentrismo e até do escárnio tendencioso. É o preço tradicionalmente pago por positivas ideias renovadoras.

Lamentavelmente, não são muitos os que pensam com altruísmo e seriedade sobre os superiores interesses da nacionalidade, indo a fundo nas origens dos crônicos e variados problemas que nos afligem.

Daí nos regozijarmos com a lúcida e percuciente manifestação da Ilustre Professora Tânia Franco, na edição de hoje do Programa, ao sustentar, com coração e mente, a transcendental importância da conscientização do povo brasileiro quanto a seus direitos e deveres sociais e políticos, como indispensável preâmbulo da mobilização cidadã que tanto se reclama.

O desafio que se impõe às lideranças políticas e intelectuais, aos sindicatos e demais pessoas e instituições tidas como propugnadoras do humanismo, da cidadania e do nacionalismo, é se despirem de interesses individuais e corporativos, e cerrarem fileiras em torno de uma efetiva democracia representativa-participativa, partindo de uma inadiável cruzada onde o objetivo primeiro seja a mobilização consciente do povo para a construção de um país verdadeiramente soberano e respeitável, pondo-se termo a 510 anos de periferia.

Enfim, é preciso que se diga ao povo, em todos os quadrantes deste país, porque e para que deve mobilizar-se e manter-se mobilizado. Mobilizado em um grande exército, não como arma de guerra ou de domínio, mas de paz; não como estímulo ao egoísmo e ao ódio, mas como sementeira da fraternidade e da solidariedade; não como apelo à destruição, mas como chamamento ao trabalho honesto e construtivo, à ordem democrática e ao progresso com justiça social.

A alternativa – tão a gosto da politicalha venal e apátrida – será, passivamente, admitir que a solução para os ingentes problemas nacionais surja do império das ditaduras, baionetas e violências de todo gênero, internas e externas.

Fiel a concepções afins, acalentadas ao longo do tempo, não poderia deixar de congratular-me com a Professora Tânia Franco pelo seu elevado descortino e precisas reflexões.
Aleluia! Aleluia!

Cordialmente,

Guilherme, de Santa Teresa