Por Isaac Bigio
LONDRES, 24/12/2004. Em vésperas de Natal Blair visitou o Iraque. Vários parlamentares britânicos acreditavam que o presente que ele traria às suas tropas seria prepará-las para ficar ali por mais 10 a 15 anos.
Com todos os bilhões de dólares que custou essa guerra, bastaria para dar-lhe a cada faminto do mundo ao menos uma suculenta cesta natalina. Mas, nestas festas, eles seguirão morrendo de fome, AIDS, diarréia e outras pragas curáveis em número 10 vezes maior ao das vítimas de todos os atentados executados por Bin Laden contra Ocidente.
O Reino Unido sequer dá ajuda aos países subdesenvolvidos o valor que a sua população gasta em cosméticos. O valor gasto por uma família londrina na ceia natalina é mais alto que o saldo de um maestro boliviano ou o rendimento anual por cada etíope.
Os Estados Unidos é o país rico que menos ajuda as nações pobres. As potências que exportaram a mensagem cristã ao resto do mundo têm outros interesses antes que o de promover a ajuda ao próximo. Tradução: Pepe Chaves
Jornalista, 40, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.