Dando nome aos bois: o terrorista Boris Casoy

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Barbara Gancia, que assina uma coluna na Folha de S. Paulo, diz ser jornalista, mas não passa de uma fofoqueira. Gosta de debochar da vida alheia, de publicar fotos de seus cachorros e de bonecas simulando sexo. Além da gritante futilidade que pauta sua conduta profissional, gosta de fazer comentários levianos sobre política e esbanja preconceito quando se refere ao presidente Lula.
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Os comentários da colunista sobre a cultura da periferia levou o poeta Sergio Vaz, da Cooperifa, a responder publicamente: “É assim que se porta o fascismo diante de uma pequena possibilidade da periferia conseguir um espaço, por menor que ele seja. É raiva pura. A Casa Grande se agita na menor possibilidade de barulho na senzala. É assim que pensam muitos jornalistas, que agem como capitães-do-mato a serviço do senhor de engenho”.
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Pouco depois dos comentários de Boris Casoy sobre os garis, Barbara Gancia saiu em sua defesa. E o fez de maneira desastrosa em seu blog (clique aqui se tiver estômago), usando argumentos pífios como estes:
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“Isso é da natureza do nosso trabalho e não tem nada a ver com preconceito”.

“Só tenho coisas boas para dizer a seu respeito e não é uma bobagem sem a menor importância que vai me fazer mudar de ideia”.

“A saber: Boris Casoy teve uma rusga pública com o governo Lula. Boris Casoy é identificado pela esquerda histérica como sendo um homem de direita. E, portanto, Boris Casoy deve ser atacado a cada oportunidade que se apresente. Menas, idiotas latino-americanos, menas”
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Creio ser desnecessário revelar à dona Barbara Gancia quem é Boris Casoy. Ela, que conviveu e trabalhou com ele, certamente terá mais referências do que eu — que felizmente não tive o desprazer de dividir o mesmo espaço com este senhor. Mas, ainda que eu não tenha trabalhado com Boris Casoy e não esteja entre os que a colunista classifica como “esquerda histérica”, afirmo sem medo que Boris não é apenas identificado como sendo um homem de direita. Boris é um homem de direita. E pior: da extrema direita, que deixa de ser apenas chata para se tornar perigosa.
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Mesmo que dona Bárbara saiba de tudo, recordar o passado nunca é demais, principalmente quando certos jornalistas querem apagá-lo e escondê-lo da opinião pública. Boris e os jornalistas contrários à abertura dos arquivos da ditadura militar têm lá suas razões: alguns deles eram delatores ou participaram de atentados terroristas contra pessoas que julgavam estar “envolvidas com atividades subversivas”.
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Muitos dos empresários, advogados e jornalistas que hoje posam de democratas integraram a famigerada facção criminosa conhecida como Comando de Caça aos Comunistas (CCC). A principal missão dos seus membros era vigiar pessoas próximas, investigar suas vidas e delatá-las aos órgãos de repressão. Por causa dessa paranoia direitista, muita gente que sequer estava na luta armada foi presa, torturada e morta nos porões do regime militar.
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Mas os membros do CCC não se limitavam a vigiar e delatar. Eles também articulavam ações terroristas contra indivíduos ou grupos de esquerda. Foi o CCC, por exemplo, que organizou a invasão da USP, responsável pelo massacre dos estudantes daquela universidade. O CCC também organizou a invasão do teatro Galpão e espancou os atores da peça Roda Viva, de Chico Buarque. Dentre os direitistas radicais que participaram destas ações estava Boris Casoy.
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Em reportagem publicada no dia 9 de novembro de 1968, a revista O Cruzeiro levantou a ficha dos principais membros da facção e revelou sua truculência. Alguns estão impunes até hoje, gozando de prestígio profissional e sendo incensados pela mídia. Caso de Roberto Ulhoa Cintra, atualmente colaborador do jornal O Estado de S. Paulo. Este se gabava de “nunca haver errado um tiro”, como diz a reportagem de O Cruzeiro. Além de delatores, os integrantes do CCC andavam armados e estavam sempre prontos para “apagar comunistas”.
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Boris Casoy é o sujeito na foto do canto esquerdo inferior da página. Na matéria, Casoy (grafado como Cazoy ou Kassoy) é descrito como um jovem conservador que gostava de andar armado, embora fosse visto como covarde pela própria direita. O texto é de Pedro Medeiros e as fotos de Manoel Motta. Cliquem na imagem para ampliar e leiam a matéria na íntegra entrando no site Cloaca News.

Um comentário em “Dando nome aos bois: o terrorista Boris Casoy”

  1. Boa noite!

    Eu admirava o Bóris Casoy como jornalista; se ele foi no passado membro do CCC, ou do PC do B, ou do movimento estudantil, ou da KKK não me interessa nem um pouco. O que me incomoda é a arrogância, o deboche, o menosprezo para com os dois garis. Foi de mau gosto enorme, preconceituoso e nem um pouco profissional.

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