O jornal O Estado de S. Paulo anuncia: Novo presidente da Petrobrás não agrada exterior e ações em Wall Street despencam 9%.
Não restam mais dúvidas sobre quem manda nessa “crise”. A Petrobras é a maior petrolífera do mundo e ainda é brasileira. Sua produção cresce e bate recorde atrás de recorde. Mas tem jornal que não está nem aí pro setor produtivo (aquele que existe, com pessoas): o critério de grande parte da mídia é o mercado especulativo de ações e o que temos de fazer pra agradar gringo.
Estamos à venda na imprensa e o partido da ética, citado como idealizador dos esquemas de corrupção, o PSDB, já pressiona para privatizar o pré-sal. Pergunto: por que a sujeira na empresa, datada de pelo menos 1997, segundo a Polícia Federal, não apareceu antes? Mistérios que só piratas podem responder.
O seguinte trecho, citando a digníssima fonte conhecida como “mão invisível do mercado”, é de uma sinceridade ímpar nesse sentido:
“(…) Bendine é muito próximo ao Partido dos Trabalhadores (PT) e a expectativa dos investidores era por um nome mais “amigável ao mercado”, mais independente, avalia um gestor de um fundo que compra papéis da Petrobras e prefere não se identificar. Para ele, não pode ser descartado o risco de a empresa perder a classificação grau de investimento em ao menos uma das agências de classificação de risco nos próximos meses.”
Então anota aí: independente = amigo do mercado.
Mas, claro, se você quer entender essa crise a partir de quem efetivamente trabalha nesse país, que é o trabalhador, assista atentamente à entrevista abaixo e saiba o que está por “trás” (ou melhor, bem na nossa frente) desta “crise”:
Leia aqui o manifesto dos trabalhadores.
Jornalista, 40, com mestrado (2011) e doutorado (2015) em Comunicação e Cultura pela UFRJ. É autor de três livros: o primeiro sobre cidadania, direitos humanos e internet, e os dois demais sobre a história da imigração na imprensa brasileira (todos disponíveis em https://amzn.to/3ce8Y6h). Acesse o currículo lattes: http://lattes.cnpq.br/0384762289295308.