Cresce a resistência à remoção no Complexo do Borel (RJ)


O Complexo do Borel, é um conjunto de favelas localizado na zona norte do Rio de Janeiro, aos pés da maior floresta urbana do mundo, a Floresta da Tijuca. Desde outubro de 2010, a favela está ocupada por uma Unidade de Polícia Pacificadora. Depois da instalação da UPP, moradores da favela Indiana, às margens da Rua São Miguel, receberam a notícia de que teriam que deixar as suas casas, pois segundo a prefeitura, aquela seria uma área de risco. Um grupo de moradores, que vive às margens do Rio Maracanã, quer deixar o local e aceitou os apartamentos oferecidos pela prefeitura no bairro de Triagem. Contudo, o grupo segue vivendo à beira do Rio, devido a um impasse no processo de reassentamento.
Enquanto isso, alguns moradores dizem que está havendo uma generalização por parte da prefeitura e que grande parte da favela Indiana não está em área de risco. Procurada por nossa reportagem, a secretaria de habitação, através de um e-mail, afirmou que existe um acordo com os moradores para que nenhuma das partes seja prejudicada. Entretanto, segundo o presidente da associação de moradores da favela Indiana, as negociações estão longe de um consenso entre a prefeitura, os que querem sair e os que não querem deixar o local.
Chicão, como é conhecido o presidente da associação, levou nossa equipe de reportagem a um estacionamento de quase 10 mil metros quadrado são lado da favela. Em seguida, o líder comunitário nos mostrou um projeto feito pelos moradores de um conjunto habitacional que poderia ser construído no local. Entretanto, segundo Chicão, a prefeitura rejeitou o projeto. Com ares de preocupação, o presidente diz que chegou ao Complexo do Borel ainda criança eque não gostaria de deixar a favela.
Outra moradora da Indiana, Ana Cristina é vendedora autônoma e tem a maioria de suas clientes no Complexo do Borel. Ela diz que os moradores que não querem sair têm sofrido intimidações da prefeitura. Ela conta também que, no mesmo local onde mora, a prefeitura construiu uma escola, conhecida como Brizolão, e uma creche. Tudo sobre o mesmo local, hoje, chamado de área de risco pelo gerenciamento Eduardo Paes. O barraqueiro de praia Chicão diz que abrir mão de viver na Indiana é abrir mão de toda uma história.
(*) Fonte A Nova Democracia.

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