As andadas pelas ruas da cidade, indo e vindo até e da universidade. As estudantes de saúde mental comunitária. A conversa com um velho e muito querido amigo. As recordações do encontro com os terapeutas comunitários em Santa Luzia. A soneca na maca do hospital. Os entardeceres destes dias que parecem como aquarelas diluídas no tempo. E agora que a noite vem chegando, o tempo parece querer passar por debaixo de si mesmo. Como se quisesse pular um dia. O tempo brinca, a vida brinca, brincamos nós, humanos, a brincar de eternos.
O amanhã parece querer se mostrar como um amanhecer ainda não amanhecido. Umas flores na beira do caminho. As vacas. Os povoados na beira do caminho. A fé que te alimenta. A família a passeio. A recordação viva dos teus tempos de estudante, a te misturar com as pessoas do meio popular, em busca de uma sociologia a serviço das classes trabalhadoras. Como se o tempo tivesse dado um jeito de frutificar sonhos adiados, continuados, prosseguidos, florescidos. As palavras de Adalberto Barreto chegando no meio do círculo. A roda continua. O tempo prossegue e segues tú também, andarilho do tempo.
Doutor em sociologia (Universidade de São Paulo). Mestre em sociologia (IUPERJ). Licenciado em sociologia (Universidad Nacional de Cuyo, Mendoza, Argentina). Professor aposentado da UFPB. Terapeuta Comunitário Formador. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/