Conflito agrário alimenta lista de ameaças de morte

Da Agência Estado – Na última sexta-feira, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) de Marabá, a 500 quilômetros de Belém, divulgou uma relação atualizada de pessoas ameaçadas de morte no Estado do Pará. São 35, entre posseiros, líderes sindicais e de movimentos sociais. O Estado detém o triste recorde de mortes nos conflitos pela posse da terra. Segundo a CPT nacional, das 1.379 mortes ocorridas em todo o País, entre 1985 e 2004, 523 foram no Pará. Só este ano são sete mortes, entre elas a da irmã Dorothy Stang, em Anapu.

No cemitério mal cuidado de Vila Murumuru, um povoado a 12 quilômetros de Marabá, o presidente do Sindicato de Trabalhadores Rurais do município, Antônio Gomes, mostra a sepultura nua de seu antecessor no cargo. José Pinheiro Lima, o Dedé, sua esposa Cleonice e seu filho Samuel, 15 anos, mortos por um pistoleiro em 9 de julho de 2001, foram ali enterrados no dia seguinte. “É aqui que as ameaças terminam”, comentou Gomes.

(…) Dos que já se foram há mais tempo, todos integrantes das listas macabras, conhecia, bem, pelo menos meia dúzia, entre eles o padre Josino Tavares, de forte influência em sua formação de católico praticante da Teologia da Libertação. A morte é freqüente nos sonhos que tem. “Já levei tiro, já vi meu corpo cercado de velas, já ouvi discursos no meu enterro, mas não esquento a cabeça com isso.” Clique no título para ler a matéria na íntegra.

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