Centrais preparam ato nacional em defesa de direitos trabalhistas

image_previewDia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos terá paralisações parciais em locais de trabalho, além de atos diante de sedes de federações empresariais em todas as capitais

As oito centrais sindicais que participaram da organização estão finalizando os preparativos para as manifestações da próxima terça-feira (16), no chamado Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos. Estão previstas paralisações parciais em locais de trabalho, além de atos diante de sedes de federações empresariais. Em São Paulo, por exemplo, a concentração será na Federação das Indústrias do Estado (Fiesp), na Avenida Paulista, a partir das 10h. “Os empresários financiaram o golpe e agora estão cobrando a conta. Acham que nós é que vamos pagar. Estão enganados. Esse pato não é nosso”, afirma o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.

“O golpe travestido de impeachment que resultou no afastamento de Dilma e na entronização do usurpador Michel Temer no Palácio do Planalto tem um caráter de classe que transparece claramente nas intenções e nos gestos do governo ilegítimo”, acrescenta o presidente da CTB, Adilson Araújo. “É um golpe do capital contra o trabalho, cujo principal alvo é a classe trabalhadora brasileira, a democracia e a soberania nacional.”

Favorável ao impeachment, o presidente da Força Sindical e do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da silva, o Paulinho, lembra que na terça-feira as centrais vão divulgar um manifesto, aprovado durante assembleia em 26 de julho, que inclui itens como redução dos juros e da jornada de trabalho, retomada dos investimentos e estímulo ao setor da construção civil. “O nosso posicionamento, ante a situação caótica pela qual atravessa a economia brasileira, com juros altos, inflação, insolvência de empresas e uma taxa de desemprego prestes a ultrapassar a casa dos 12 milhões de pessoas sem trabalho, é de total contrariedade com as forças conservadoras que, indiferentes à gravidade do atual cenário econômico, ainda pregam uma jornada de trabalho de 80 horas semanais”, diz, em referência a pronunciamento, depois contestado, do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.

As centrais também se organizam contra o Projeto de Lei (PLC) 30, já aprovado na Câmara e atualmente tramitando no Senado, que amplia a terceirização. As entidades se opõem à flexibilização de direitos e às propostas do governo interino para a reforma da Previdência. “Vamos resistir, vamos lutar para impedir o aumento da exploração e a retirada de direitos. A mobilização do dia 16 é um dos passos dessa resistência rumo a uma greve geral”, afirma Vagner Freitas. Segundo ele, a questão do negociado sobre o legislado pode ser aceita “desde que seja negociado mais do que está na CLT”. “Aceitamos desde que seja uma proposta melhor para o trabalhador, nada mais do que isso”, complementa.

Adilson, da CTB, ressalta ainda os prejuízos aos trabalhadores com a retomada do programa de privatizações. E critica “a vergonhosa entrega do pré-sal ao capital estrangeiro”, com as mudanças em discussão no Congresso. “O povo brasileiro, que em sua ampla maioria integra a classe trabalhadora, é quem mais tem a perder com a transferência dos lucros do petróleo da saúde e educação, como previsto no Fundo Social, para os cofres abarrotados das multinacionais e o caixa 2 de políticos ligados ao capital estrangeiro, José Serra, entre outros. A mudança da política externa sob o chanceler golpista parece que vem sendo ditada por Washington.”

Fonte: Rede Brasil Atual
http://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/2016/08/centrais-preparam-ato-em-defesa-de-direitos-trabalhistas-4626.html

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