Alguém me diz o que devo pensar, sentir, querer e fazer, e estou feito. Se for em nome de Deus, então, nem se fala. Mas aonde é que fico eu, nessa história? Não fico, não estou. Se ao invés de Deus, colocarmos a sociedade, os costumes, o que é tido por certo, dá na mesma.
O sujeito some, novamente. Isto quer dizer que tudo na vida humana seja relativo, e por isso mesmo, de pouco valor? Não. Nada disso. Significa que embora possa haver algo fixo na vida humana, como o amor, a justiça, o bem, isto deverá ir mudando, pois nós mudamos, tudo muda.
Mas se dissemos que são coisas fixas, realidades fixas, não estamos a nos contradizer? Sim e não. O fixo também muda. Não na essência, mas na manifestação, na forma de ser alcançado ou realizado. Partilho estas reflexões, por pensar que possam ser de utilidade para alguém.
Somos seres em movimento, em eterna busca. E o que seja fixo ou móvel nessa busca, é algo que cada um de nós deverá descobrir. Da minha parte, tenho encontrado alguns princípios e referências fixas, que vão se movimentando, na direção de maior harmonização, maior integração comunitária e cósmica.
E por isto tudo, agradeço. Temos que ter horizontes atrás dos quais nos movimentarmos, horizontes de mais plenitude, de mais paz. Mas isto vai se movimentando conosco, na medida em que vamos caminhando.
Doutor em sociologia (USP). Terapeuta Comunitário. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/