Bombeiros presos denunciam maus-tratos e a manifestação continua

Bombeiros presos no último sábado a mando do governador do estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral denunciaram maus-tratos e negligência do poder público. Desde ontem, centenas de oficiais permaneceram acampados em frente às escadarias da Assembleia Legislativa e um novo ato foi marcado para hoje.
Os 439 bombeiros que foram presos na manhã de sábado, depois de uma invasão do Bope e da Tropa de Choque ao Quartel Central, passaram toda a noite enclausurados dentro de ônibus em frente a Corregedoria da Polícia Militar, em São Gonçalo. Muitos, que não quiseram ser identificados, conseguiram contato com jornalistas e denunciaram, por exemplo, privação de comida, que não teria sido suficiente para todos.
“Advogados da OAB tiveram muita dificuldade para ter acesso aos presos políticos e os celulares foram tomados”, revelou ao Portal do PSTU o cabo Cleber de Araujo, que esteve na manifestação em frente a Alerj, ontem. Ele contou ainda que faltaram aos bombeiros condições mínimas de permanência no local, como roupas, comida, banho, cama, acesso a banheiros.
Outro bombeiro afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que os presos ficaram grande parte do tempo sem acesso a banheiros e que, além disso, os vasos estavam entupidos e sem papel higiênico.
Ontem pela manhã, as mulheres civis que ainda permaneciam presas foram soltas. Uma delas, que também preferiu não se identificar, afirmou que os policiais chegaram a tentar fazer barganhas para liberá-las. “Para que nós pudéssemos sair, os policias queriam que assinássemos um documento de qualificação [de crime]”, denunciou à equipe de O Globo.
A deputada estadual pelo PSOL Janira Rocha chegou a classificar a situação dos manifestantes como a de presos políticos. “Eles estão sendo tratados como bandidos”, protestou a repórteres, pedindo o apoio de toda a população à causa dos bombeiros.
À noite, mais de 50 oficias fizeram, também, uma caminhada na ponte Rio-Niterói, em apoio aos presos. “A afirmação do governo de que o movimento é de uma minoria e com motivação política se mostrou falsa”, declarou o cabo Cleber. “Havia milhares de bombeiros na sexta-feira. E hoje estamos na Alerj, num domingo, com uma grande mobilização de bombeiros, mesmo com a baixa dos 439.”
Bombeiros pedem apoio e Globo criminaliza o movimento
Na página SOS Bombeiros, criada pelos manifestantes, os bombeiros convocam, além de oficiais, partidos, sindicatos e organizações estudantis e populares para se juntarem à luta contra o “estado ditatorial” em que vivemos. Pedem, ainda, que as pessoas saiam de vermelho às ruas, e que pendurem panos da mesma cor nas janelas e sacadas. Hoje, às 17h, haverá uma reunião aberta à sociedade no Sindisprev, para organizar um novo ato para a próxima sexta-feira.
Na edição desta segunda-feira, o jornal O Globo declarou que o governo estadual agiu com “rigor devido” para reprimir a “tresloucada e irresponsável” manifestação. O diário deixou clara, ainda, sua posição com relação a greves e mobilizações de trabalhadores. “É imprescindível dar resposta à altura da agressão cometida, para desestimular a repetição dos delitos”, afirmou em um box de opinião, junto às matérias sobre o acontecimento.

bombeiros na Alerj

Bombeiros presos no último sábado a mando do governador do estado do Rio de Janeiro Sérgio Cabral denunciaram maus-tratos e negligência do poder público. Desde ontem, centenas de oficiais permaneceram acampados em frente às escadarias da Assembleia Legislativa e um novo ato foi marcado para hoje. O jornal O Globo marcou posição contrária à manifestação.

Os 439 bombeiros que foram presos na manhã de sábado, depois de uma invasão do Bope e da Tropa de Choque à ocupação do Quartel Central, passaram toda a noite enclausurados dentro de ônibus em frente à Corregedoria da Polícia Militar, em São Gonçalo. Muitos, que não quiseram ser identificados, conseguiram contato com jornalistas e denunciaram, por exemplo, privação de comida, que não teria sido suficiente para todos.

“Advogados da OAB tiveram muita dificuldade para ter acesso aos presos e os celulares foram tomados”, revelou ao Portal do PSTU o cabo Cleber de Araujo, que esteve na manifestação em frente à Alerj, ontem. Ele contou ainda que faltaram aos bombeiros condições mínimas de permanência no local, como roupas, comida, banho, cama e acesso a banheiros.

Um bombeiro detido afirmou, em entrevista ao jornal O Globo, que os presos ficaram grande parte do tempo sem acesso a banheiros e que, além disso, os vasos estavam entupidos e sem papel higiênico.

Ontem pela manhã, as mulheres civis que ainda permaneciam detidas foram soltas. Uma delas, que também preferiu não se identificar, afirmou que os policiais chegaram a tentar fazer barganhas para liberá-las. “Para que nós pudéssemos sair, os policias queriam que assinássemos um documento de qualificação [de crime]”, denunciou à equipe de O Globo.

A deputada estadual pelo PSOL Janira Rocha chegou a classificar a situação dos manifestantes como a de presos políticos. “Eles estão sendo tratados como bandidos”, protestou a repórteres, pedindo o apoio de toda a população à causa dos bombeiros.

À noite, mais de 50 oficias fizeram também uma caminhada na ponte Rio-Niterói, em apoio aos companheiros presos. “A afirmação do governo de que o movimento é de uma minoria se mostrou falsa”, declarou o cabo Cleber. “Havia milhares de bombeiros na sexta-feira. E hoje estamos na Alerj, num domingo, com uma grande mobilização de bombeiros, mesmo com a baixa dos 439.”

Bombeiros pedem apoio e Globo criminaliza movimento

Na página SOS Bombeiros, criada por manifestantes, os bombeiros convocam, além de oficiais, partidos, sindicatos e organizações estudantis e populares a se juntarem à luta contra o “estado ditatorial em que vivemos”. Pedem, ainda, que simpatizantes saiam de vermelho às ruas, e que pendurem panos da mesma cor nas janelas e sacadas. Hoje, às 17h, haverá uma reunião aberta à sociedade no Sindisprev, no Centro do Rio, para organizar um novo ato para a próxima sexta-feira.

Na edição desta segunda-feira, o jornal O Globo declarou que o governo estadual agiu com “rigor devido” para reprimir a “tresloucada e irresponsável” manifestação. O diário deixou clara, ainda, sua posição com relação a greves e mobilizações de trabalhadores. “É imprescindível dar resposta à altura da agressão cometida, para desestimular a repetição dos delitos – em qualquer categoria, do setor público ou não”, afirmou em um box de opinião, junto às matérias sobre o acontecimento.

Leia também: “Bombeiros se revoltam e Cabral pede prisão de manifestantes”

@_ricardocabral

Um comentário sobre “Bombeiros presos denunciam maus-tratos e a manifestação continua”

  1. Sou advogado na cidade de Macaé-RJ, fui contratado por dois clientes que são bombeiros Militares e que estão entre os 439 militares presos de forma arbitrária em Niterói.
    No sábado 04/06) às 12:00, a família de um destes clientes fez contato pedindo o apoio jurídico. As 14:30 fui para a cidade de São Gonçalo (na Corregedoria), lá cheguei às 19:30 e fui atender os meus clientes.
    Naquele momento fui informado que eles foram presos às 8:00 da manhã e que foram encaminhados ao Batalhão de Choque da PM.
    Às 8:40 foi fornecido um pequeno lanche e mais nada.
    Às 12:00 foram transferidos para a Corregedoria em São Gonçalo e lá às 12:40 os militares presos receberam uma garrafinha de água (500ml) cada um, com a instrução de que teriam que economizar água.
    Às 18:40 receberam o que chamam de “ração fria” e mais nada.
    Assim que cheguei ao observar esta tortura psicológica fiz contato com o Corregedor e fui informado que pelo motivo dos militares terem “roubado a comida” eles não tinham o que oferecer a eles.
    Perguntei ao Corregedor se os militares estavam presos ele respondeu a mim e a outra advogada que lá estava: “eles estão presos…”.
    Daí eu disse: “Então eles devem ser tratados como presos….Pois, preso come, bebe, dorme agasalhado, tem banheiro e enfim…”
    Ele disse que eles só iriam comer comida quentinha depois dos depoimentos… E que isso poderia durar até às 6:00 do dia 05/06/2011.
    Pedi o No. do Inquérito e acesso ao mesmo e isso me foi negado. Pedi ao sr. Corregedor que começasse a tomada dos depoimento e ele disse que como são muitos iria demorar e que não tinha hora para iniciar os depoimentos.
    Indignado, impetrei um Habeas Corpus, pois, os mesmos estavam como os demais companheiros sendo mal tratados, sem comida, sem banho, sem cama, sem dignidade…. Como em tese não poderia representar os demais companheiros, mas, sabendo que se deferido este HC em fase de liminar, os demais poderiam também (por adesão) serem beneficiados…
    Daí Impetrei o HC (processo: 0168835-60.2011.8.19.0001) no plantão Judiciário às 00:23 do dia 05/06/2011 (domingo), relatando todos os absurdos, as arbitrariedades e as ilegalidades. Mesmo assim a Juíza de plantão Dra. MARIA IZABEL PENA PIERANTI, indeferiu a liminar, sendo o mesmo distribuído para ainda ser julgado pelo Juiz competente (da Aud. Militar).
    Mesmo sabendo que seria difícil conseguir uma liminar para soltar os companheiros (uma ou duas andorinhas não fazem o verão), naquele momento tive a plena certeza de que poderia melhorar a situação dos militares, pois, de uma forma ou de outra a Justiça já estaria sabendo das ilegalidades, dos abusos e das arbitrariedades ocorridas.
    Como faz parte deste tipo de processo. o Juiz é obrigado a requerer as informações da autoridade coatora, foi o que aconteceu naquela madrugada. Pois, às 2:03 os militares presos receberam a tal “comida quentinha” que o sr, Corregedor mencionou e às 6:00 foram os militares transferidos para o quartéis do Corpo de Bombeiros em Niterói.
    Certo é que a luta continua para tentar soltar os companheiros…
    O que me causa estranheza é a demora de se fazer algo sobre este assunto. Pois, se outros advogados, associações, entidades e outros indivíduos já tivessem protocolados os “seus HCs”, teríamos uma pressão maior e os companheiros já poderiam estar libertos.
    Assim, faço um apelo: Não percam tempo esperando uma solução política… Busquem o Judiciário e façam os seus pedidos….
    Além do recurso que estarei protocolando estarei fazendo um novo HC devido a demora na comunicação da Prisão à Auditoria Militar pela Corregedoria.
    Abs,
    Marcelo J. Freitas, Advogado
    Marcelo@mjfreitas.com.br

Deixe uma resposta