Os militares estão de volta. Agora chamados pelo atual e ilegítimo presidente da República, o senhor Michel Temer, caracterizado pela bem-sucedida escola de samba como temível vampiro. Admitida a fantasia, é de lamentar-se, na temática da escola, o pobre povo brasileiro: que fim de fato terá seu já apoucado e ralo sangue?
Mas os militares – apesar do Carnaval, e de não saberem de samba, desconhecem a bela e politizada poesia do grande Wilson das Neves “Quando o morro descer e não for carnaval” – voltaram um tanto assustados, com medo de que uma hora tenham que enfrentar uma nova Comissão da Verdade, embora continuem assustando nossa gente com suas armas e ameaças.
É a carranca da ditadura já instalada desde que se afastou do governo dona Dilma Rousseff. E eles se preparam para excluir a já vitoriosa candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva da luta política eleitoral.
Felizmente para nós, democratas, a direita é burra. É como disse certo pensador da própria direita, “a burrice é o encontro da insuficiência mental com a vaidade”. E o melhor exemplo desse encontro é a nossa classe dominante: insuficiente mental e vaidosa.
Cabe, pois, ao povo eleger Lula para presidente da República, pois Lula representa hoje no Brasil a histórica e milenar luta da classe trabalhadora contra a classe dominante.
(*) Miguel Baldez é Procurador aposentado do Rio de Janeiro, fundador do Instituto de Estudos Críticos de Direito- IECD e Assessor de Movimentos Populares.
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Fora a Canalhocracia!
Vivemos, portanto, considerando-se essa gente, um regime político que poderíamos chamar, guardada sua concorrência formal com a democracia, de canalhocracia.
São muitos e têm como característica, além da necessária falta de caráter, uma dose de audácia que lhes garante a postura meio cínica de fingimento democrático.
Mas companheiros não se deixem iludir, é urgente a luta contra os canalhocratas.
E o grito Diretas Já é hoje o principal remédio contra o mal da canalhocracia. Quem são eles? Não é difícil identificá-los a partir do golpe político contra o governo da presidenta Dilma Rousseff. Um golpe bem diferente daquele do século XX, um golpe com a finura do poder judiciário, um golpe com punhos de renda, um golpe de toga e barrete mas que está nos afligindo até hoje.
Importante mais do que nunca desmascarar a classe dominante e acabar com a canalhocracia de vez neste nosso País.
Fora com a canalhocracia e eleições diretas já. Que venha a democracia. Eleições diretas!
Caiu a quadrilha
A hora é de lutar por eleições diretas. E é isso que cabe ao povo clamar pelas ruas e praças sem dar tréguas às vozes da classe dominante que pretende preservar-se no poder simulando-se democrática com o projeto dito constitucional de eleições indiretas. A quem pretendem eleger?
A direita, como já se disse em outros momentos e vale repetir, é cruel e aguerrida mas, felizmente, para as autênticas demandas, é burra. Veja-se o que houve agora: enquanto se procurou por todos os meios criminalizar Lula, frustrando-se ela em todas as tentativas, fez dele um candidato imbatível em eleições diretas.
E como não pode livrar-se dos efeitos de sua burrice, recorre à violência, eterna golpista, agora exigindo o cumprimento da Constituição. Quer eleições indiretas, certamente buscando nos quadros institucionais corrompidos pelo golpismo o candidato antipovo. Quem sabe um ministro do poder judiciário ou um congressista qualquer.
Agora fala-se, com o apoio dos banqueiros, do Sr. Henrique Meireles, legítimo representante da classe, vindo lá do Banco de Boston. Perderam de vez o pudor… Enfim, querem garantir no poder um fiel representante do golpe que, como bem se sabe, foi orquestrado e efetivado pelos poderes judicial, principalmente, e legislativo.
O caminho da luta pela democracia hoje passa, sem dúvida, por eleições diretas. Grite o povo outra vez alto e bom som: Diretas já!
Eleições já para derrotar o golpe!
Mas na verdade todas essas, eu diria aleivosias, essas acusações perdem-se no sentimento do povo. O povo não acredita seguro que está na confiança que lhe inspira este trabalhador que graças à sua postura moral e capacidade – isto é o que mais incomoda – intelectual, de simples líder sindical chegou à presidência da República e tornou-se o maior presidente do Brasil de todos os tempos, com reconhecimento doméstico e calorosos aplausos do mundo inteiro.
A emburrecida e perversa classe dominante brasileira não perdoa tanta ousadia e de sua incontrolável violência veio o Golpe, desta vez valendo-se de meios aparentemente legais mas de profunda imoralidade e, na essência, ilegalidade.
Afastaram com inaceitável simulação de impeachment uma presidenta democraticamente eleita. Depois, como se vê com clareza, é impedir que Lula, grande ganhador de todas as pesquisas pré-eleitorais seja candidato e certamente vencedor das próximas eleições. Mas não vencerão, na certa não vencerão esses eternos apátridas.
Por tal razão, nosso entusiasmado apoio a recente artigo do Procurador da Justiça Leonardo Chaves: Eleições Já. Eleições que reponham a vontade do povo. Não só para a presidência do Brasil, mas também para o Congresso. Que venha a emenda que autorize plenas e gerais eleições. Enfim: eleições diretas já!
Que vergonha, Excelências!
O primeiro acusando o Ministério Público da prática de crime. Vejam só, logo o MP cuja principal função constitucional é combater o crime, e o segundo, respondendo à acusação, embora valendo-se de elegante retórica, “disenteria verbal”, na verdade chamou de “merda” a fala do Ministro. Eu e o povo brasileiro nos perguntamos como chamar, daqui pra frente, o impeachment da presidenta Dilma e a perversa ação contra o presidente Lula, sem falar na morte de D. Marisa Letícia?
Exmos Senhores, se vão mesmo “sair pra porrada” não privem o povo brasileiro do espetáculo. Marquem dia e hora e deem ampla divulgação que o povo merece assistir.
Vossas Excelências representam, aliás com pleno merecimento, a expressão mais colorida da classe dominante. Coragem Excelências. Mostrem quem são. Os trabalhadores brasileiros merecem conhecê-los. Só falta mesmo saírem pra porrada! Vão em frente que a luta certamente terminará empatada.
O trabalhador, a CLT e a reforma da previdência
Pois este direito de feição burguesa é o direito que se impôs e consolidou no Brasil, direito que habilmente dispersou as grandes contradições sociais transformando-as praticamente em relações jurídicas. Assim a importante e fundamental contradição entre capital e o trabalho foi reduzida a relação jurídica entre empregador e trabalhador, com predominância do capitalista que se representou economicamente como classe dominante. O trabalhador, é verdade, quando se organizou obteve vitórias no confronto dialético com a classe dominante. Foram poucos estes momentos.
A rigor o que tem prevalecido é a ditadura, típica forma de opressão dos poderosos, como hoje neste golpe atual imposto no Brasil pelos Poderes Judicial e Legislativo, poderes que atuam duramente para suprimir vitórias históricas da classe trabalhadora, como o direito do trabalho, consagrado na Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, e nas garantias da Previdência Social.
A violência de tais atos contra a classe trabalhadora, os trabalhadores, enfim, não só os trabalhadores, mas toda a sociedade democrática não pode aceitar e de modo algum admitir. Fora não apenas um. Fora todos eles!