Renato Kress
Aviso!
Por mais esdrúxulos que possam parecer, todos os dados surreais
deste perfil são verdadeiros. Qualquer semelhança com ficções
não escritas é só uma tentativa de vender minha biografia
por aí. |
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Renato
é uma pessoa diversa, inversa, transversa,
dispersa, tergiversa, adversa e de muita desconversa também. Vinte
anos de quase nenhuma praia, mesmo que quase todos morando em
frente a ela - o que deve constituir algum recorde que ainda não
averiguou no Guinness -, um livro
lançado aos 18 anos, quando decidiu, auxiliado pela mãe
e pela esposa do pai, que não agüentavam mais que ele pensasse,
relativizasse e desconstruísse as normas nas respectivas casas,
morar sozinho. (Ser noivo de uma menina que tinha um avô disposto
a cobrar metade do aluguel normal de um quitinete em Copacabana contribuiu
bastante).
Malhando
compulsivamente jogando tarô mitológico e de Crowley,
colecionando dicionários e ganhando concursos de poesia pelo mundo
afora, lá se foi ele fazer ciências sociais na PUC
onde pode ser encontrado no matinho lendo desde Fernando Pessoa e Florbela
Espanca a Superinteressante e "Arte
e técnica do charadismo".
Traineer
em programação-neurolingüística
e estudante eventual de astrologia, fez piano
clássico dos sete aos quatorze anos - com muito esforço
conseguiu desaprender até como escrever Litzt em seis anos sem tocar
no tal instrumento - tentou violão mas seu ex-professor foi escalar
o monte Kilimanjaro
e nunca mais voltou. Sentiu que era um aviso do Alto (da montanha). Aposentou
o violão.
Leonino
convicto, adicto, estricto, microsficto (?), veredicto e invicto, estudou
alemão durante onze anos no colégio. Resistiu bravamente.
Hoje em dia está apto a resmungar, latir, se coçar e espirrar
em alemão e possui uma capacidade sobre-humana de compreender quando
está sendo sacaneado ou xingado por algum
chucrute. Atualmente tenta desesperadamente descobrir como sair
do "buon giorno" nas aulas de italiano. Fala e escreve inglês badly
and pigly.
Leitor
de compêndios político-humorístico-jornalísticos,
livros de história da arte, tratados de simbologia e revistinhas
Marvel,
não passa um dia sequer sem falar bobagem e pensar que gostaria
de ter uma máquina
de lavar louça. Desenhou todos os cômodos da sua casa
própria e desde então percebeu que como sociólogo
talvez desse um bom designer de interiores.
Possui alguns defeitos graves:
acha crianças as coisas mais lindas
do mundo, adora conversar com velhinhos e ronca desde que quebrou
o nariz - e desviou o septo - em uma porta
que não estava lá, ou não devia.
Evitando comer carne vermelha,
cogumelo azul, comida transgênica, Jabor, sapos e tendo feito um
curso de leitura dinâmica, segue numa piração completa
de criar suas próprias camisas com frases de todos
os tipos e acaba surpreendentemente gastando mais dinheiro do que
se comprasse camisas capetalistas e da moda - que adora ignorar.
Inventa
setenta e sete artigos por mês para escrever na revista mas esquece
metade em quase uma hora de ônibus da faculdade até em casa.
A outra metade deixa de escrever por pura preguiça - e lembra de
ler "O
Ócio Criativo" - mas sempre acaba inventando alguma coisa
e retalhando com um monte de outros assuntos, o que engana todo mundo e
dá um aspecto de ecletismo intelectual.
Acha a Gisele
Bündchen uma gracinha do pescoço pra cima, e um jaburu
do pescoço pra baixo, assim como todas as modelos
esqueléticas. Adora comida japonesa
e já pega até ovo de codorna em molho shoyu com pauzinhos.
Pretende
casar e ter três filhos, para os quais já tem nome, colégio,
faculdade, profissão, nome e quantidade dos netos. Tem um peixinho
chamado Noam
Chomsky e que é muito interativo, abana a cauda quando vem
comida, dorme no programa
do Jô e se esconde atrás da arvorezinha no "Provocações"
do Abujamra.
Como
meta de vida acredita ser capaz de erradicar os musicais tanto da Broadway
quanto da Disney que julga extremamente sádicos e doentios, vender
os livros que publicou ou publicará e quem sabe comprar mesmo a
máquina
de lavar louça. Fora isso é um expectador assíduo
de Cartoon Network, Fox Kids e Nickelodeon.
Completamente a favor da
prisão de morte como pena perpétua, acha a Carol a
mulher mais inteligente do mundo, além de saber que ela é
uma dos Highlander's porque não envelheceu desde que foi a Hannah
Arendt e a Virginia
Woolf.
Tendo feito Kung-Fu
no Arpoador e saltado de Bungee-Jumping
do Riocentro, costuma escrever um monte
de poemas que às vezes pensa em publicar. É um ser
irritantemente romântico e dramático, por certas vezes teatral
até. Adora escrever e tem um fraco por literatura esdrúxula
em geral, como contos de fadas russos, nos quais anda se especializando.
Exímio cozinheiro
de todas as combinações e formas possíveis (e algumas
impossíveis) de macarrão e estudando as manifestações
modernas e pós-modernas de arte, crê ser o único expectador
do Olivier Anquier que vê o programa realmente pelos pratos.
Radical
do PT (Partido Teratassofóbico), adora andar a cavalo, dormir, comer,
ler psicologia Junguiana e reverter argumentos - coisas que faz por esporte.
Crê que enquanto puder embaralhar a cabeça dos produtores
de ideologias pauteurizantes não pertencendo a nenhuma tribo urbana
pós-moderna, pode promover através do exemplo empírico
de sua biografia uma nova problematização dos valores e paradigmas
da contemporaneidade. Impedindo a felicidade embrulhada, midiática
e imediata de ser realmente "feliz". Tradução: Fazendo o
que quer, pois é tudo da lei! - do Baú do Raul.
Chegando
a fantástica soma de 23 dicionários em sua coleção,
pretende seguir comprando pequenos quadros para afrescalhar, digo, esculhamb...
harmonizar seu inteiro ambiente para que possa sempre alcançar graus
mais elevados na arte de deixar tudo para os últimos minutos antes
do prazo de entrega. Sente que sua vida vai mudar desde que decidiu parar
de decidir tanto e atuar em cima, por baixo e pelos flancos das tais decisões,
com técnicas de guerrilhas aborígenes.
 Tentando
escrever, montar e atuar numa peça de teatro, que por enquanto é
a mesma, sem carro ou carteria de motorista, e com uma habilidade excepcional
para decepar legumes com uma katana, pretende em breve fazer um raly-Renato-dakar
subindo pelas praias até a terra de Papai Noel, Natal, no Rio Grande
do Norte, descendo pelo sertão até Porto Alegre e, sabe-se
Alá como, voltando para o Rio de Janeiro pelo menos com as fotos,
anotações e uma cueca
que preste.
Levantando
mais de 100kg no supino e fugindo desesperadamente do sol, crê que,
apesar de ser muito boa, a banda Dave Mathews não existe. Ela não
passaria de uma criação do Gustavo, que armou uma conspiração
(ia chamar de complô mas parece "associação de condomínio"
perto de "corpo institucional da estrutura predial") tirando foto dos caras
que jogam pelada com ele no Cruzeiro sábado pela manhã.
 Adorando
Cappucino
acha que sono, quem sentia, era a sua avó, antes de conhecer Três
Corações, no sûr de Minas. Tendo poucos cintos e precisando
urgentemente comprar tênis novos, que não tenham as excessivas
"entradas de ar" (água e insetos), ainda permanece na dúvida
se elege a rede ou o sofá do quarto como o melhor lugar para ler
mitologia indiana, livros do Oscar Wilde e dos Chicos: Xavier,
Alencar e Buarque.
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