Adiado julgamento de PM acusado na Chacina do Borel devido a … possível goteira?!

Da Rede contra a Violência no Rio

Na última quarta, 23/02, deveria ter se realizado o novo julgamento do PM Marcos Duarte Ramalho, acusado pelo assassinato, em 16/04/2003, de quatro jovens, no episódio que ficou conhecido como Chacina do Borel.

Entretanto, em cima da hora, o advogado de defesa do policial pediu adiamento do júri alegando a existência de uma infiltração na sala do plenário do 2o Tribunal do Júri. Surpreendentemente, o juiz acatou o pedido a adiou o julgamento para o dia 09/05, ou seja, mais de dois meses de postergação.

Já vimos inúmeros casos de adiamentos de julgamentos de agentes do Estado pelas razões mais triviais alegadas por seus advogados, em geral problemas de saúde dos próprios advogados. Mas alegar problemas no recinto do próprio julgamento é a primeira vez.

Mãe e filha do jovem Thiago, assassinado na chacina do Borel. Foto: NPC.

Grande parte desses adiamentos são na verdade manobras das defesas dos policiais visando evitar a mobilização dos familiares das vítimas e movimentos que os apóiam, ou uma conjuntura particularmente desfavorável, como é a atual onde as denúncias contra dezenas de policiais civis e militares causou uma grave crise nas instituições e na Secretaria de Segurança.

Acreditamos que está na hora dos juízes avaliarem melhor tais pedidos de adiamento, que só prolongam o sofrimento e a angústia dos familiares empenhados na luta por justiça e esperançosos de que o sistema judiciário cumpra seu papel de garantia dos direitos, principalmente da população pobres que tem todos seus direitos cotidianamente violados, em primeiro lugar pelo próprio Estado.

Comissão de Comunicação da Rede contra a Violência
Mais Informações: Rede contra a Violência – tel. 2210-2906

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