A vida é um mínimo que volta constantemente sobre si mesmo

Tenho tentado valorizar este espaço como uma possibilidade de encontro. Comigo mesmo, em primeiro lugar. Registrar as contínuas tentativas para recuperar o meu lugar em mim mesmo e no meio das demais pessoas.

A vida foi passando. São já muitos os anos vividos. Muitos os lugares. As pessoas. Os trabalhos. Literatura. Poesia. Arte. Beleza. Oração. Ação social. Ensino. Ir me reencontrando em gente que vinha à procura de si mesma.

Vendo agora todo esse trajeto, prevalece uma sensação. Se pode. Se pode quando persistimos em um desejo e uma intenção clara e definida. A vida é um mínimo que volta constantemente sobre si mesmo.

Parece que se extingue, mas renasce. Rebrota. Floresce mais uma vez. Me ver nesse lugar de poeta e escritor –um lugar imperceptível—me dá a certeza de que não estou só. Posso deixar que a visão poética me mostre o mundo e a mim mesmo.

O pensamento decresce. Faz-se um silêncio. Então vejo. Olho à minha volta. Procuro apoio. Mãos amigas. Solidariedade. Podemos fazer juntos, juntas. Não preciso me curvar diante de ideologias ou crenças.

Tampouco me obrigo a combatê-las. Sigo adiante. Isto me alivia. É um esforço antigo. Religião e fé podem ser uma ajuda valiosíssima. Mas nada se equipara ao esforço pessoal por resgatar a vida da destruição. Esta força é invencível.

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