Naquela época eu era professor na Escola de Sociologia e Politica de São Paulo. Lembro como se fosse agora. Ganhei o livro de presente de um meu aluno de então. Eram cursos noturnos. Eu saía da casa onde morava no Brooklyn Velho, e lá começava este encontro. Encontro com gente que foi me fazendo gente. Risadas, sonhos, utopias.
Vinha eu de novo para a vida. Poesia é isto. Nascença. Nascer de novo, a toda hora. Assim reencontrei-me na arte. A arte de viver, tão necessária. Mas não fadigarei a quem esteja lendo. Quando a escritora diz que a única anormalidade é não amar, assino embaixo. Pode ser doído, doer amar. Mas não amar é não ser. É não ter-se tornado gente.
O Brasil está diante de uma encruzilhada, como então. Em 1984 era o processo de mobilização que acompanhou o fim do regime autoritário. Hoje é o fim de um outro regime direi mais do que autoritário, desumano.
Frases e sentimentos mobilizam. Uma palavra mobiliza, se for vivida. No diálogo com as minhas alunas e alunos, fui me inserindo em diversas linguagens, diversos mundos. Desfazendo o pretenso monopólio do saber acadêmico. Daí agora partilhar esta outra reflexão da autora, sobre o escrever. A ver se derrotamos o analfabetismo de vez.
Doutor em sociologia (USP). Terapeuta Comunitário. Escritor. Membro do MISC-PB Movimento Integrado de Saúde Comunitária da Paraíba. Autor de “Max Weber: ciência e valores” (São Paulo: Cortez Editora, 2001. Publicado em espanhol pela Editora Homo Sapiens. Buenos Aires, 2005), Mosaico (João Pessoa: Editora da UFPB, 2003), Resurrección, (2009). Vários dos meus livros estão disponíveis on line gratuitamente: https://consciencia.net/mis-libros-on-line-meus-livros/