Trabalhadores em SP anunciam adesão às mobilizações contra a reforma da Previdência

Transporte público pode parar na capital na próxima quarta-feira (15). Diversas categorias profissionais já decidiram por paralisações e manifestações contra a proposta do governo Temer

Reunidas na noite da quinta-feira (9), no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, 21 categorias de trabalhadores anunciaram adesão ao dia nacional de paralisações, convocado pelas centrais sindicais na próxima quarta-feira (15), contra a proposta de reforma da Previdência do governo Michel Temer (PMDB), que pretende definir a idade mínima de 65 anos para aposentadoria, além de propor medidas que devem reduzir o valor dos benefícios.

Entre as categorias que podem participar do protestos, estão as ligadas ao setor de transporte, como motoristas e cobradores de ônibus e metroviários. Bancários, trabalhadores dos Correios, da saúde, metalúrgicos, professores e servidores municipais e estaduais paulistas estão entre as categorias que devem paralisar os serviços, total ou parcialmente.

Algumas categorias pretendem fazer paralisações durante todo o dia 15, como bancários, metroviários e professores. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) já havia proposto paralisação neste dia, portanto outras cidades pelo país também terão greve de docentes. Os professores municipais de São Paulo vão realizar assembleia em frente à sede da prefeitura, no centro da capital, e os estaduais vão se manifestar em frente à Secretaria da Educação, na Praça da República.

Outros profissionais devem cruzar os braços somente por uma parte do dia, como os motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista, que anunciam parar 100% da frota entre 0h e 8h. Categorias de servidores nacionais também vão paralisar atividades. Servidores federais da educação básica, profissional e tecnológica, do poder Judiciário, de autarquias e de empresas públicas também vão parar por 24 horas.

Os ferroviários paulistas e os motoristas de ônibus do ABC, de Osasco e Guarulhos vão realizar assembleias no início da próxima semana para definir a adesão ao movimento contra a reforma da Previdência, chamado pela centrais sindicais. Em todos os estados, a CUT está organizando os sindicatos de sua base para a mobilização, assim como as demais centrais junto às suas bases.

Durante todo o dia, trabalhadores e movimentos sociais articulados nas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo vão realizar protestos e trancamento de vias em várias cidades do país. A partir das 16h, os manifestantes de São Paulo vão se reunir na Avenida Paulista.

“Se essa reforma for aprovada, na prática, significará o fim da aposentadoria, que muda a idade mínima para 65 anos tanto para homens quanto para as mulheres e aumento o tempo de contribuição de 15 para 25 anos. Isso porque a expectativa de vida nas periferias e em muitas cidades é de 58 anos. Temer quer que o brasileiro morra trabalhando e diga adeus à mínima dignidade que foi conquistada e é garantida aos mais velhos na Declaração de Direitos Humanos”, diz a Frente Brasil Popular em manifesto sobre as mobilizações.

Para os trabalhadores, não há nenhuma possibilidade de acordo com a proposta. Eles exigem a retirada total do projeto e reivindicam melhor fiscalização no recolhimento do tributo, cobrança dos devedores da previdência – que hoje acumulam dívidas no montante de R$ 426 bilhões – e acabar com as isenções fiscais dadas a diversos setores.

A reforma

Um dos pontos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, do governo Temer, é que seja estabelecida idade mínima de 65 anos, eliminando a concessão do benefício por tempo de serviço. O valor da aposentadoria, de acordo com o projeto, passará a ser calculado levando-se em conta 51% das maiores contribuições com 1% adicionais a cada ano de contribuição.

Na prática, isso faz com que seja necessário trabalhar formalmente por 49 anos para se obter o benefício integral. Além disso, a PEC liquida a aposentadoria especial dos professores, que hoje podem encerrar a carreira com 25 e 30 anos de serviço para mulheres e homens, respectivamente.

Fonte: Rede Brasil Atual
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2017/03/trabalhadores-em-sp-anunciam-adesao-as-mobilizacoes-contra-reforma-da-previdencia

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